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domingo, abril 22, 2012

Meta da PM é fechar 2012 com sete mil novos recrutas








Treinamento de tiro no Cefap, tipo de instrução em que as mulheres têm se destacado: até o fim do ano, os recrutas da PM terão feito cerca de 840 mil disparos Marcelo Carnaval / O Globo

RIO - Na linha de montagem da Polícia Militar, a previsão é fechar o ano com sete mil recrutas recém-saídos do forno. São 19 soldados por dia, que vão atuar nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), principal programa da atual política de segurança do estado. A meta é chegar a 2016 com 60 mil PMs — 16 mil a mais do que o efetivo atual —, para garantir também a segurança de grandes eventos, como as Olimpíadas. Para a produção de policiais em larga escala, o Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças da PM (Cefap), em Sulacap, precisou ampliar suas instalações, com a construção de mais dois prédios, totalizando um complexo de cerca de três milhões de metros quadrados. Ali, um soldado é formado no prazo de seis meses. Apesar de parecer contraditório, já que, na grade curricular, quase todas as disciplinas têm foco em direitos humanos, o comando do Cefap informou que nunca se treinou tanto tiro no local. Até o fim deste ano, a previsão é que os alunos tenham feito 840 mil disparos.

O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, sai em defesa do programa de formação dos novos policiais, rechaçando as críticas de que teria havido uma queda na qualidade do ensino. Segundo Beltrame, em nenhum momento a qualidade do curso foi deixada em segundo plano. Uma prova disso, diz, são as mudanças na metodologia de ensino. Ele cita ainda a implantação do banco de talentos, em que professores civis de universidades renomadas são selecionados para dar aulas aos recrutas. Além disso, foram criadas turmas de supervisores para avaliar o desempenho dos alunos.

Instrutores do FBI poderão dar aulas
Também está em estudo a possibilidade de contratação, no ano que vem, de instrutores do FBI para repassarem ensinamentos sobre como atuar para evitar atentados ou após ataques — isso já de olho nos eventos internacionais que o Rio vai sediar. A cada ano, a PM perde pelo menos 1.200 homens, que vão para a reserva ou morrem.

Estamos trabalhando na capacitação dos policiais militares, para fazer no menor prazo possível o que não foi feito em dez, 15 anos pelos governos anteriores. Precisamos de mais gente, mas também de policiais com uma formação de maior qualidade. Ou seja, não basta aumentar o número de policiais formados, é preciso melhorar nossos currículos e nosso corpo docente. Nossa Subsecretaria de Ensino já conseguiu melhorar bastante a capacitação. Promoveu nos últimos anos o aprimoramento dos currículos. E agora está desenvolvendo um programa de capacitação continuada para os policiais já na ativa — diz o secretário.

A subsecretária de Ensino e Programas de Prevenção, Juliana Barroso, responsável pela estruturação da grade curricular, disse que a modernização da formação custou R$ 6 milhões.

— O governo do estado está cada vez mais mais preocupado com a qualidade dos recrutas, apesar da preocupação de prepará-los a tempo para o cronograma das UPPs. É como se fosse a relação de um pai com o filho.

Queremos acompanhar o crescimento deles. Por isso, a ideia dos observadores externos, dos supervisores — diz Juliana, lembrando que representantes dos governos do Ceará e do Tocantins já a procuraram para discutir o programa de formação da polícia.

Um deles foi o diretor-geral da Academia de Segurança Pública do Estado do Ceará, César Barreira:
— Estou pinçando o que há de melhor em cada modelo. Um aspecto positivo do programa do Rio é o banco de talentos, pois aproxima a sociedade civil dos profissionais da área de segurança.
A seleção dos recrutas pela PM tem sido rigorosa. A corporação adota no exame toxicológico a análise da queratina (substância presente nos pelos dos candidatos), capaz de detectar se a pessoa consumiu drogas nos últimos 180 dias.

Já para o consultor de segurança e ex-capitão do Bope Paulo Storani, o importante é dar continuidade aos cursos, principalmente o de tiro:
— O perfil dos meninos que estão entrando para as UPPs já está dentro do espírito da política de proximidade com os moradores, mas, em algum momento, o recruta terá que usar a arma de fogo. Por isso, o treinamento constante é fundamental, para se preparar para o pior.

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