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terça-feira, abril 23, 2013

O GLOBO - 23 ABR 2013



RIO — O PMDB do Rio já dá como certa a presença do secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, na chapa do pré-candidato ao governo e atual vice-governador, Luiz Fernando Pezão, em 2014. O presidente regional do partido, Jorge Picciani, afirmou nesta segunda-feira ao GLOBO que Beltrame aceitou ser o vice de Pezão, apesar de o secretário sempre ter negado a possibilidade de entrar na política. Segundo o peemedebista, o próprio governador Sérgio Cabral convenceu Beltrame a disputar o pleito.

a filiação. Ele (Beltrame) teve liberdade total dentro da secretaria e vinha se convencendo (a aceitar o convite). Não houve nomeações políticas de delegados e comandantes de polícia, por exemplo. Todas as nomeações foram técnicas — disse Jorge Picciani.
Esta foi a primeira vez em que o PMDB se pronunciou publicamente sobre a presença de Beltrame na chapa encabeçada por Pezão. Por meio de sua assessoria, porém, Beltrame disse que ainda não tomou qualquer decisão.
A intenção do PMDB e de Cabral é que Beltrame acumule dois cargos numa suposta administração de Pezão: o de vice-governador e o de secretário de Segurança Pública. De acordo com Picciani, o objetivo é garantir a mesma política do atual governo no setor, cuja principal bandeira é a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em regiões do Rio dominadas por traficantes e pelas milícias.
— O Beltrame ganhou respeito da sociedade e resgatou décadas de abandono na segurança. A política de segurança do Rio será permanente, e isso (Beltrame ser o vice na chapa) ajudará a dar maior tranquilidade, porque ele tem influência e grande visão na área social — ressaltou Picciani.
Beltrame ainda não se filiou ao PMDB ou a qualquer outro partido da base aliada de Cabral. Tem até 5 de outubro (um ano antes da eleição) para fazer isso, como prevê a legislação eleitoral. O nome do secretário também foi incluído nas pesquisas de intenção de votos encomendadas pela legenda.
Com Beltrame na chapa de Pezão, a estratégia dos peemedebistas é ganhar projeção, principalmente com o eleitorado da Zona Sul do Rio, já que as UPPs serão o carro-chefe da campanha do partido no ano que vem. A dobradinha poderia ser reforçada ainda com a pré-candidatura de Cabral ao Senado.
Cabral, também por meio de sua assessoria, não quis comentar, alegando ser cedo para antecipar o processo eleitoral. Já o vice-governador Pezão, ao ser indagado sobre o assunto, apenas sorriu e desconversou:
— Deixa quieto. Isso é só em 2014. Falta muito tempo ainda. Vamos devagar.
Beltrame comanda a Secretaria de Segurança Pública desde o início do governo Cabral. Nos últimos meses, ele vinha sofrendo pressão do governador e do PMDB para ser o vice de Pezão diante da dificuldade de o vice-governador emplacar nas pesquisas.
A tensão aumentou no mês passado, quando o ex-presidente Lula afirmou não poder tirar o direito de o senador Lindbergh Farias (PT) também ser candidato ao governo do Rio. Em 2010, Lula já pedira a Lindbergh para que ele retirasse a pré-candidatura e apoiasse a reeleição de Cabral. À época, Lula prometeu ao petista uma chance em 2014.
O provável palanque duplo da presidente Dilma Rousseff no Rio tem provocado uma crise na aliança estadual PMDB-PT. Os peemedebistas ameaçaram não apoiar a reeleição de Dilma caso Lindbergh não desista de concorrer. A gota d’água para Cabral foram as inserções do programa do PT na TV, exibidas no mês passado. Estrela dos filmes assinados pelo marqueteiro João Santana, o mesmo de Lula e Dilma, Lindbergh criticou o suposto favorecimento do governo de Cabral a áreas nobres da cidade.
Além de Pezão e Lindbergh, o deputado federal Anthony Garotinho (PR), ex-governador, é outro pré-candidato ao governo, assim como o vereador Cesar Maia (DEM), que se apresentou como concorrente em 2014 na esperança de ter em seu palanque o senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato à Presidência. Garotinho também ofereceu apoio ao tucano. Por enquanto, Aécio Neves não encontrou um nome do PSDB para disputar o governo do Rio.

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