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domingo, março 30, 2014

MARÉ OCUPADA - O GLOBO




RIO - O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou em coletiva neste domingo, após a ocupação do Complexo da Maré, que o trabalho no conjunto de favelas não é uma ação exclusiva para a Copa do Mundo, mas sim um legado para a cidade:

— Todas as UPPs têm sua importância estratégica, assim como a Maré, por ficar próxima de locais como Linha Amarela, Linha Vermelha, aeroporto e Fundão. Mas a nossa proposta é de legado. Não é exclusiva (a ocupação) para a Copa ou para os Jogos Olímpicos, mas para a população — afirmou.

Segundo Beltrame, a ação na Maré terá certas peculiaridades, em função das diferentes facções criminosas existentes no local. Ele garantiu que haverá um trabalho de inteligência integrado entre as polícias para impedir que o tráfico retome o poder. O secretário elogiou a atuação da polícia.

— Mais uma vez, fomos muito bem. Vamos entregar o terreno a quem merece e é dono, que é a população. Tudo ocorreu tranquilamente. Para nós não foi surpresa, porque todas as ocupações têm sido assim. A gente já se apresenta para as pessoas, mostrando que quer ocupar aquele território. O nosso próximo será cumprir os mandados de prisão. — disse o secretário, durante coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), realizada com a presença de representantes das polícias Federal, Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros, da Marinha e da Secretaria estadual de Assistência Social.

A ocupação na Maré contou com um efetivo de 1.500 homens. A operação no complexo irá continuar com ações de busca e apreensão de armas, drogas e traficantes. No entanto, o chefe de Polícia Civil, Fernando Veloso, garantiu que não vai haver varredura em todas as residências.

— A polícia não pretende nem vai entrar em todas as casas, mas cumprir num trabalho de investigação, a partir de informações do nosso serviço de inteligência — explicou ele, enquanto recebia uma mensagem ao celular, sobre uma prisão de uma pessoas, com dois mandados pendentes, que acabava de ser feita na Maré.

Para Cabral, este é um dia histórico

Pela manhã, o governador Sérgio Cabral já havia comentado a ocupação da Maré, ocorrida em 15 minutos e sem o disparo de tiros. Para eles, este é um dia histórico:

- Nos últimos 40 anos, aquelas favelas estavam desamparadas pelo poder público e cresciam, cada vez mais, no entorno da Avenida Brasil, das linhas Amarela e Vermelha, do Galeão, do Fundão e com a Fiocruz bem ali em frente. Não podíamos mais tolerar esse domínio do poder paralelo. Hoje foi, sem dúvida, um dia histórico - declara Sérgio Cabral.

O governador destacou, ainda, que a ocupação da Maré já estava prevista, porém, foi antecipada por conta dos últimos acontecimentos:
- Nos últimos três meses o poder paralelo vem tentando nos intimidar e, assim, provocar o enfraquecimento da nossa política de pacificação vitoriosa. Por isso, na madrugada de quinta para sexta da semana passada, foi pensado um plano de ação de combate - afirma Cabral.

Cabral também agradeceu a colaboração da presidente Dilma Rousseff e o desempenho das polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal, do Exército, Marinha, Aeronáutica, Corpo de Bombeiros e da Prefeitura do Rio.

- O trabalho em conjunto de todos os órgãos foi essencial. E a presidente Dilma foi primordial para todo este processo acontecer, já que ela atendeu aos meus pedidos prontamente. Solicitei uma reunião emergencial na sexta da semana passada, e na segunda já estávamos bolando o nosso plano de ocupação - explica.

O governador também destacou a dimensão do complexo, que tem cerca de 120 mil habitantes.


- A Maré é quase uma cidade, se pensarmos que 80% dos municípios brasileiros não têm a quantidade de moradores que existe lá. E todos eles estavam privados dos serviços públicos mais básicos, como os Correios, Comlurb, Corpo de Bombeiros e Rioluz, antes impedidos pela ocupação do tráfico.

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