Sozinho, PM quase foi linchado durante protesto na região da Sé
12/06/2013 - FOLHA DE SÃO PAULO
GIBA
BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Um
policial militar com rosto banhado de sangue, cercado e agredido com socos,
chutes e pedras por cerca de dez manifestantes.
A
cena na rua 11 de Agosto, a poucos passos da praça da Sé, marco zero da cidade
de São Paulo, foi impressionante não só para mim, mas até para integrantes do
Movimento Passe Livre, que organiza os atos contra a tarifa.
'É revolta popular, sem controle', diz Movimento Passe
Livre
Análise: Lei impõe limites, mas não ensina a coexistir
Análise: Lei impõe limites, mas não ensina a coexistir
"O
PM iria ser linchado", admitiu o estudante de Ciências Sociais Matheus
Preis, 19, que, com outro grupo, tentava, para a proteção do PM, conter os mais
radicais.
A
agressão que testemunhei por volta das 20h30 ocorreu ao lado do Tribunal de
Justiça de São Paulo.
Após
se levantar, sangrando, o PM tirou a arma do coldre e a apontou para os
manifestantes. Depois, para o alto. Tive certeza de que ele iria atirar. Mas o
policial militar não disparou nenhum tiro.
PICHAÇÃO
A
agressão ocorreu quando a manifestação seguia pela região da Sé, após confronto
entre policiais e manifestantes no Parque Dom Pedro.
Eu
acompanhava parte do grupo que seguiu outro caminho. Foi quando o PM que atua
na segurança do prédio viu um jovem pichando a parede do prédio da Justiça.
Com
a mão na arma que estava no coldre, o policial correu e agarrou o rapaz, que
tentou se desvencilhar.
Ambos
caíram no chão, atracados. Foi quando parte do grupo começou a seqüência de
agressões com pedras, chutes, socos. Eram cerca de dez contra um. Sangrando na
cabeça e no rosto, o policial conseguiu se levantar.
De
pé, segurando o pichador ainda agachado pela gola da camisa, ele apontou a arma
para os manifestantes.
Outros objetos foram lançados e o policial se protegeu, abaixando a cabeça.
Temi
não só que o policial atirasse, para se proteger, mas também que o grupo
continuasse a agressão. Por isso me aproximei de outros manifestantes que se
posicionaram para proteger o PM.
O
policial, que não consegui identificar, silenciou, enquanto o sangue escorria.
Junto
com manifestantes que tentavam dar fim à confusão, gritei pedindo calma aos
agressores. Em seguida, pedi a dois jovens que chamassem uma ambulância.
Não
havia nenhum outro policial junto com ele na hora da confusão. Mesmo cercado, o
PM saiu dali e caminhou só em direção a um acesso ao tribunal. Um colega se
aproximou. Colocado num carro da corporação, foi levado ao hospital. Até a
ontem, a sala de imprensa da PM não tinha informações sobre ele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário