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Com operações da Leia Seca, multas cresceram entre 2012 e ano passado em
19 unidades da Federação
O GLOBO
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Agentes durante Operação da Lei Seca na
capital baiana - Raul
RIO - Em mais da metade do país — 18 estados e o
Distrito Federal —, 134,9 mil motoristas foram autuados por uso de álcool em
2013. Na comparação com 2012, segundo levantamento feito pelo GLOBO em órgãos
estaduais de trânsito e de Segurança, houve aumento na quantidade de pessoas
autuadas por dirigir após beber em 11 estados e no DF — há estados que viram
crescimento de mais de 100%, como a Bahia, com 124,6%.
Em 2012, nessas 19 unidades da Federação, foram
135,6 mil autuados por misturar o volante ao consumo de bebida alcoólica.
Apesar de a legislação reprimindo o uso de álcool por motoristas ser de 2008,
boa parte dos estados pesquisados só começou a realizar operações Lei Seca a
partir de 2011 ou mesmo 2012, quando a legislação sofreu alterações e ficou mais
dura. Mato Grosso ainda não realiza operações Lei Seca até hoje, apenas ações
esporádicas.
O Amapá foi um dos estados onde houve maior aumento
de autuações — entre setembro e dezembro de 2012 e o mesmo período em 2013,
passou de 220 autuados para 571, um crescimento de 159,5%. O estado começou a
realizar operações Lei Seca em setembro último.
— Quando comparamos esses dois períodos de 2012 e
2013, tivemos redução de cerca de 60% nos acidentes com morte — diz o tenente
da PM Uesclei Costa, coordenador da Lei Seca no AP.
O Amazonas, no fim de semana de 8 e 9 de fevereiro,
viu número recorde de autuações de motoristas por embriaguez desde que o estado
começou a realizar operações Lei Seca, em dezembro de 2012: em 13 horas, o
Detran autuou 74 motoristas.
No Acre, onde as operações chamadas de Álcool Zero
começaram em 2011, o Detran registrou 5.430 autuações em 2013 por direção sob a
influência de álcool; em 2012, foram 5.408 autuações por uso de álcool. No
mesmo período, caiu em 15,4% o número de mortes em acidentes de trânsito, de
acordo com a PM.
Na Grande Vitória (ES), a PM tenta nova tática
desde outubro passado: agentes à paisana identificam em bares, boates, shows e
postos motoristas que bebem e pegam o carro depois; as informações sobre esses
carros são passadas a outras equipes , que fazem a blitz e vão direto nos
carros já identificados.
— De uma média de 520 abordagens nessas ações com
agentes à paisana, em só uma o motorista abordado não tinha consumido álcool —
diz o major da PM Cleber Bongestab, subcomandante do Batalhão de Trânsito. —
Outra tática nossa é entrar em grupos de redes sociais que avisam sobre
blitzes, para passar informações falsas.
Uma mudança nessa região no ES tem sido o
crescimento de motociclistas autuados por uso de álcool: dos autuados por esse
motivo em 2012, 12% eram motociclistas; em 2013, foram 19%.
Alagoas e DF também viram crescimento do número de
autuações. Em Maceió, o número de autuados cresceu 28,6%, segundo o Detran. No
DF, a quantidade de autuados subiu 11%. Ano passado, segundo o Detran-DF, houve
o menor registro de mortes no trânsito desde 1995. Na comparação com 2012, o
número de mortes no trânsito caiu 10,1%, de 417 para 375.
Goiás, que registrou aumentou de autuados por uso
de álcool de 56,2% entre 2012 e 2013, viu cair à metade o número de acidentes
em Goiânia em que o motorista estava embriagado: em 2012, 117; ano passado, 51.
No Ceará, subiu o número de detidos por embriaguez:
em 2012 foram 306; em 2013, já eram 574.
Mais de um milhão de multas no Rio
O Brasil é o 33° no ranking de mortalidade em
acidentes de trânsito de um total de 181 países — aqui, para cada 100 mil
habitantes, há 22,5 mortos. Segundo o Mapa da Violência 2013, o índice
brasileiro é mais alto que o de vizinhos como Bolívia (59°), Colômbia (90°) e
México (95°).
Mato Grosso tem um dos cenários mais críticos. No
Mapa da Violência, Cuiabá figurava, em 2001, na 10ª posição entre as capitais,
com taxa de mortalidade em acidentes de 31,2 para cada 100 mil habitantes. Dez
anos depois, a capital passou para 6º lugar, com taxa de 40,1.
Lá ainda não há Lei Seca, apenas blitzes
esporádicas em Cuiabá. O secretário-adjunto de Trânsito e Transportes Urbanos
de Cuiabá, Thiago França, admite a situação caótica:
— Temos mais mortes no trânsito do que por
homicídios.
Em Pernambuco, apesar de a Lei Seca só ter entrado
em vigor em dezembro de 2011, as multas a condutores alcoolizados vêm
diminuindo. Enquanto em 2012 foram registradas 8.613 infrações por alcoolemia,
em 2013 esse número foi de 6.990. Para o coordenador executivo da Lei Seca no
estado, André Cavalcanti, o êxito nos resultados se deu graças à integração
entre Detran, PM e Secretaria estadual de Saúde.
No Piauí, onde a Lei Seca só entrou em vigor em
dezembro de 2012, as notificações a motoristas alcoolizados vêm crescendo: se
em 2012 eram 20.050, em 2013 foram 27.088.
O Rio é o estado com maior número de multas pela
Lei Seca. Desde que foram implementadas, em 2009, as blitzes já penalizaram
mais de um milhão de motoristas que dirigiam após ter consumido bebida
alcoólica. Comparando com São Paulo, que teve sua primeira blitz de Lei Seca um
ano antes, o Rio, somente no ano passado, teve o quadruplo de autuações do que
São Paulo. O Rio registrou 69.305, enquanto SP, com quase o triplo de
população, autuou 16.983.
A ação no Rio, diz o major Marco Andrade,
responsável pela operação no estado, é feita em horários diversos para que os
motoristas mudem seus hábitos.
Em Salvador, há quase um ano, a Transalvador, órgão
responsável pelo trânsito na capital baiana, vem realizando blitzes
diariamente. Em média, são apreendidas 60 carteiras de habilitação no final de
semana. Na capital, o número de autuados por uso de álcool subiu 124,6% de 2012
a 2013.
Diretor do Instituto Ilos e professor da Coppead da
UFRJ, Paulo Fleury diz que o aumento de autuações se deve a uma combinação de
mais fiscalizações com aumento da frota no país:
— A frota cresceu não só nas capitais, mas também
no interior. Outro motivo (para mais autuações) é a existência de operações em
mais estados.
Segundo o Denatran, a frota de automóveis no país
cresceu 6,5% de 2012 a 2013, de 42,6 mil para 45,4 mil; e a de motos, 7,1%, de
16,9 mil para 18,1 mil
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