Pedro Simon
JORNAL DO BRASIL
Dois temas têm sido
recorrentes na atualidade brasileira. As negociações frustradas no Congresso
Nacional sobre a redução dos juros da dívida dos estados e a violência presente
agora nas manifestações de rua. Questões que, no limite, têm potencial
suficiente para produzir um esgarçamento do contrato social e do pacto
federativo. Dois tipos de violência que afligem a Nação.
Ao rejeitar a negociação
das dívidas dos estados e manter a cobrança de juros escorchantes que
inviabilizam investimentos, a União fragiliza o necessário equilíbrio entre os
entes federados. O fato de um governador do partido da presidente da República
anunciar que não será candidato à reeleição, caso o Projeto de Lei 99/2013 não
seja aprovado, diz muito do ponto a que chegou a indignação dos governadores.
Da mesma forma, a população
se revolta quando vê estádios suntuosos, construídos ao custo de bilhões de
reais, enquanto faltam recursos para bens de consumo coletivo. As ruas foram
momentaneamente esvaziadas pela ação de extremistas de diferentes matizes que
manipulam paus, pedras e rojões levando medo à população. Permanece o anseio
por uma educação de qualidade (a nossa está entre as piores do mundo), pelo
fortalecimento do SUS e por um serviço digno de transporte coletivo.
Reivindicações esquecidas pelo sistema político brasileiro, que podem voltar à
tona.
Um sentimento de
expectativa percorre o país neste ano de eleições e da Copa do Mundo de
Futebol, um evento que já não conta com a mesma unanimidade favorável de antes.
O Brasil mudou, reclama paz e avanços sociais.
*Pedro Simon é senador pelo
PMDB-RS.
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