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quarta-feira, abril 16, 2014

GREVE DA PM NA BAHIA


G1







Ruas desertas, aulas suspensas, supermercado saqueado, banco arrombado, ônibus recolhidos. Desde a deflagração da greve da Polícia Militar na noite de terça-feira (15), a rotina de moradores de Salvador foi modificada. A decisão da paralisação ocorreu após representantes de associações analisarem e rejeitarem a proposta do plano de modernização da PM feita pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).
Ainda durante a noite, o secretário da pasta, Maurício Barbosa, disse que assinou documento em que o governo se compromete a cumprir todas as medidas discutidas com o vereador Marco Prisco (PSDB), presidente da Associação de Policiais e Bombeiros (Aspra), e outras associações de policiais militares, em
"Todo o esforço foi feito e está sendo feito. A intenção é conversar. Em primeiro lugar, estamos preocupados com a segurança da população", disse Maurício Barbosa em entrevista coletiva na terça-feira.
O Governo do Estado ainda não fez pronunciamento nesta quarta-feira (16). Durante a manhã, é realizada uma reunião entre o comandante geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro, e outros representantes do Comando da PM, no Departamento de Apoio Logístico (DAL), no Centro Administrativo da  (CAB). O encontro ocorre a portas fechadas.
Na noite de terça-feira, Alfredo Castro, afirmou que recebeu a decisão da assembleia. "Todo caminho levava ao diálogo. Propostas foram apresentadas, tudo conduzindo para não acontecer", afirmou.
Transporte
Por causa da greve, o Sindicato dos Rodoviários informou nesta quarta-feira (16) que muitos ônibus em razão da falta de segurança. De acordo com Hélio Ferreira, presidente do sindicato, os veículos começaram a sair por volta das 5h, mas alguns coletivos da empresa Barramar foram apedrejados pela população e a categoria decidiu recolher os ônibus.
Saques e arrombamentos
O supermercado da Cesta do Povo do Vale do Ogunjá foi  na madrugada desta quarta-feira. Segundo testemunhas, até os carrinhos de compras foram roubados.
No bairro da Calçada, uma agência do Banco Itaú foi arrombada. A unidade foi revirada e teve o vidro da entrada quebrado. Não há informações se o dinheiro da agência foi levado.
Na Liberdade, um dos maiores bairros da capital baiana, a maioria das lojas está fechada nesta manhã. Muitas casas comerciais amanheceram arrombadas. Segundo testemunhas, houve uma série de saques durante a madrugada e maioria dos produtos levados são eletrodomésticos.
Major Maciel, da assessoria do Comando da Polícia Militar, informou ao G1 nesta manhã que só tomou conhecimento formal sobre ocorrências no Largo Tanque. Em relação a ataques e saques em outros bairros de, ele afirmou que não chegou até ele nenhum relato oficialmente.
Por meio de nota oficial, a Polícia Militar da Bahia disse que "mantém seu expediente administrativo funcionando normalmente e, através do Comando de Operações Policiais Militares (COPPM), informa que nas ruas da capital baiana 85 viaturas realizam o patrulhamento, contando com o trabalho de 202 policiais".
Alegando falta de segurança, a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e o Colégio Salesiano suspenderam as aulas nesta quarta-feira. O mesmo ocorreu com a Academia Alpha Fitness, que chegou a emitir nota informando que "nem segurança privada aceitou trabalhar diante da situação".
Interior
Em , a cerca de 100 km de Salvador, passageiros informaram que os ônibus não estão circulando. Na Avenida Getúlio Vargas, uma das principais da cidade, o movimento de populares nesta manhã está reduzido. O posto da PM instalado neste local está fechado.
Já em Itabuna, no sul do estado, não houve grande alteração na rotina de moradores. As viaturas estão fazendo rondas normalmente. Policiais informaram que não receberam das associações em Salvador qualquer orientação sobre a greve. Os ônibus estão circulando. Segundo a Polícia Civil na cidade, de terça-feira até esta quarta não foram registrados incidentes graves, como homicídios.
Em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, os policias militares trabalharam normalmente na noite de terça-feira. Ainda nesta quarta-feira, a categoria irá decidir se vai paralisar as atividades no município. Os ônibus estão circulando e algumas instituições de ensino cancelaram as atividades nesta quarta-feira em razão da possibilidade de greve. A Câmara de Dirigentes de Lojistas de Vitória da Conquista emitiu uma nota solicitando uma maior atenção dos lojistas e pedindo que eles reforcem a segurança.
Greve
A decisão pela greve só ocorreu depois das 19h30, após representantes de associações analisarem a proposta da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Marco Prisco, presidente da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) anunciou a proposta do governo da Bahia à massa de policiais e perguntou se eles aprovavam, sendo que a maioria respondeu que não.
Alguns pontos da proposta do "Plano de Modernização da PM", que foi apresentadopelo governo na semana passada, foram alterados como contraproposta. Entre elas, ficaram acertados o aumento da CET (Condição Especial de Trabalho), que prevê reajuste de 25% no valor do soldo de policiais do administrativo; de 17% para 35% no valor de soldo para quem já recebia o reajuste; e os motoristas, que tinham 35%, ficarão com 60%. O código de ética e dos processos disciplinares serão revisados.
Sobre o plano de cargos e salários, além da equiparação salarial com a Polícia Civil, o governo se comprometeu a revisão destes tópicos e a abertura de progressões como quatro mil vagas de soldado para cabo, duas mil de cabo para sargento e 500 vagas de subtenente para sargento.
Pontos de divergência
O presidente da Associação de Praças da Polícia Militar da Bahia (APPM-BA), Agnaldo Sousa, destacou alguns ítens cobrados pelos policiais. Veja os pontos exigidos pelos PMs e qual o posicionamento do governo

Plano de carreira
APPM-BA - Segundo a associação, tanto o soldado quanto o oficial têm que ter um tempo máximo nos postos de graduação. A categoria pede que seja definido um plano de carreira. "Um soldado leva hoje 25 anos sem ter uma promoção. Nós achamos isso vergonhoso. Queremos que seja definido um tempo para que ele seja promovido", diz Agnaldo.
Governo - A proposta do governo é que, após oito anos, o soldado passe a ser cabo e, depois de mais seis anos e meio, ele ascenda a 1º sargento. Hoje, um soldado passa 20 anos como soldado, sem ascenção. Depois, ele passa a ser sargento e se aposenta.
Isonomia Salarial
APPM-BA - A categoria pede isonomia entre as polícias militares e civil. "Hoje, um tenente-coronel que tem 30 anos de serviço ganha menos que um delegado, que está no início de carreira. Queremos que isso seja equiparado", relata Agnaldo.
Governo - O Estado se compromete em criar um grupo de trabalho para rever todo o sistema de remuneração da Polícia Militar. Nesse quesito, entram gratificação, adicionais, entre outras remunerações agregadas.
Código de Ética
APPM-BA - Segundo a associação, a PM não tem um código de ética. "Temos uma legislação da Polícia Militar, que está obsoleta, com coisas que estão lá há mais de 40 anos. Queremos a implantação desse código de ética", revela Agnaldo.
Governo - Um código de ética foi apresentado e as associações questionam alguns pontos. Assim, o governo está disposto a reavaliar as questões que não estão satisfazendo a categoria.

PolíciaCivil
Além da Polícia Militar, os policiais civis do estado também divulgaram que paralisaram as atividades nesta quarta-feira. Durante a mobilização, que irá durar 24h, será mantido 30% do efetivo trabalhando no atendimento para prisão em flagrante, levantamento cadavérico, crimes contra a criança e contra a vida.

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