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domingo, julho 27, 2014

O GLOBO

SÃO PAULO — O prefeito Eduardo Paes (PMDB) admite estar preocupado com a possibilidade da série de protestos contra a realização da Copa Mundo no Brasil migre para as Olimpíadas do Rio de Janeiro. A estratégia de Paes é percorrer meios de comunicações e entidades defendendo os investimentos feitos na cidade para 2016. Poucos meses antes da Copa, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho (PT), tentou dialogar com os movimentos sociais. Após a Copa, ele admitiu que um dos erros do governo foi a falta de diálogo com a sociedade.

— A Copa foi o foco dos protestos ao longo do ano. Dividi esse enorme calor popular com 12 prefeitos, 12 governadores e mais a torcida do Flamengo e do Corinthians aqui. O fato é que agora as Olimpíadas são só no Rio, e eu estou buscando aqui fazer alguns esclarecimentos sobre para não ser só eu a receber todas essa fortes emoções daqueles que contestam os grandes eventos — afirmou o prefeito, dizendo ainda que não poderia deixar de fazer um “mínimo de propaganda” do evento.

Durante palestra no "Diálogos Capitais: Metrópoles Brasileiras", da revista Carta Capital, Paes afirmou que a história das Olimpíadas será contada de “forma diferente”. E, que no momento, ela está sendo “mal compreendida ainda”.

— As Olimpíadas têm um volume enorme de recursos privados. Do orçamento total, 60% é de recurso privado. O equipamento esportivo tem 70% do orçamento privado. Nas Olimpíadas, para cada real gasto com equipamento, tem R$ 5 sendo gasto com legado — defendeu o prefeito.

Paes também afirmou que, desde que começaram as manifestações do ano passado, tem se “esforçado” para manter diálogo com a sociedade e com a imprensa.

CIDADES FALIDAS

Ao falar sobre o desafio das metrópoles brasileiras, como a degradação dos centros das cidades e a expansão "exagerada" dos territórios urbanos, Paes criticou a dificuldade que os municípios têm para financiar investimentos necessários para se garantir a qualidade de vida da população. E aproveitou para criticar a concentração de recursos pelo governo federal:

— O futuro presidente ou presidenta da República tará que tratar do tema da segurança. É um dilema da sociedade brasileira. Mas há uma concentração excessiva de recursos em Brasília, por mais que Rio e São Paulo sejam cidades com elevada arrecadação. Imagina a situação dos prefeitos que dependem permanentemente (de recursos do governo federal).
Paes também saiu em defesa do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e disse que a cidade está se tornando "inadministrável":

— A partir do momento que o país instituiu a Lei da Responsabilidade Fiscal, inserindo controle, congelou-se completamente a possibilidade de as cidades realizarem as coisas. Pra se ter uma ideia, o Rio, que tem 40% de sua receita corrente líquida de endividamento, o que é baixíssimo porque a lei permite 120%, não poderia contrair financiamentos, se não fosse o argumento das Olímpiadas. Com esse modelo, a cidade de São Paulo se tornou inadministrável.

PRISÃO DE MANIFESTANTES

Paes, que chegou a São Paulo na manhã desta segunda-feira, afirmou ter acompanhado o caso da advogada Eloísa Samy apenas pela imprensa e preferiu não opinar sobre o caso. A ativista é acusada de ter comandado atos violentos no Rio, e pediu asilo político no consulado do Uruguai, em Botafogo.


— Estou acompanhando pela imprensa, mas é um tema que prefiro não comentar porque acho que é um decisão de Justiça e investigação da polícia e do Ministério Público. Confesso que não conheço detalhes para opinar.

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