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segunda-feira, janeiro 12, 2015

Jovem morre em perseguição policial em Nilópolis - câmera da viatura da PM



RIO - O policial militar Márcio José Watterlor será denunciado por homicídio doloso pelo Ministério Público nesta terça-feira. O PM foi flagrado disparando nove tiros de fuzil contra o veículo no qual estava Haíssa Vargas Motta, de 22 anos, em agosto do ano passado. Um dos disparos atingiu a jovem, que não resistiu. O vídeo com o flagrante foi divulgado pela revista "Veja". O caso ocorreu em Nilópolis, na Baixada Fluminense, na madrugada de 2 de agosto, quando Haíssa voltava de uma casa de shows na companhia de quatro amigos. A denúncia será oferecida pela 9ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal (PIP), da 3ª Central de Inquéritos.
A câmera interna do carro-patrulha registrou toda a sequência que culminou com a morte de Haíssa, atendente de telemarketing. Num primeiro momento, um dos PMs, ao perceber a aproximação do veículo no qual estava a jovem, um Hyundai HB20, comenta: ‘‘é um carro daquele branco que tá roubando”. Em seguida, tem início uma perseguição. O fato de o motorista estar “de boné e tudo”, como diz um PM, também é usado para justificar a ação ofensiva.
Desespero . Uma das amigas da jovem chora dentro do carro dos policiais -
Menos de 30 segundos após a perseguição começar, o policial Márcio José coloca metade do corpo para fora de uma janela e abre fogo. Ele faz sete disparos, e, apesar dos pedidos de “calma” por parte do companheiro de farda, outros dois são ouvidos. A equipe desembarca aos berros: “Desce do carro. Desembarca todo mundo do carro”.
Naquele instante, começam a ser ouvidos gritos de socorro dentro do Hyundai. “Acertaram aqui, acertaram ela. Pelo amor de Deus”, avisa uma das amigas de Haíssa. A jovem, baleada nas costas, é levada para o hospital, e duas amigas fazem o trajeto no banco de trás da viatura. No caminho, enquanto uma delas chora, chegam a ser repreendidas por um policial: “Vamos manter a calma, gente. Tá complicado”. A mulher pede desculpas, e o PM completa: “Por que não pararam? C..., vidro aberto. Não, não justifica ter dado tiro, tá bom? Não justifica”.
Segundo a “Veja”, o policial Márcio José já havia sido indiciado em novembro pelo crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar. Ainda de acordo com a revista, este foi o terceiro caso de auto de resistência envolvendo o PM desde 2010, quando ele concluiu o curso de formação da corporação.

Dias depois da morte de Haíssa, os PMs contaram na 58ª DP (Posse), onde foi feito o registro de ocorrência, que patrulhavam a Avenida Marechal Alencar quando viram o carro, que seria semelhante ao de bandidos da região. Eles disseram que perseguiram o veículo até Olinda, em Nilópolis, e que pediram para o motorista parar, mas não foram atendidos. De acordo com os policiais, eles ouviram um barulho que parecia um tiro e, por isso, dispararam sete vezes nos pneus do carro onde estava Haíssa.

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